A história do carnaval no Brasil iniciou-se no período colonial em terras brasileiras. Uma das
primeiras manifestações carnavalescas foi o entrudo, uma festa de origem portuguesa que na colônia
era praticada pelos escravos. Depois surgiram os cordões e ranchos, as festas de salão, os corsos e
as escolas de samba. Com o passar do tempo, o Carnaval além de ter adquirido grandiosidade e
ressonância em mais de 75 países do mundo, fez com que também intelectuais, artistas e demais
interessados fizessem parte da famosa manifestação popular.
Roberto Santos, atua há mais de 17 anos no Carnaval Paulista. A cada ano desenvolve os figurinos -
uma obra de arte popular - para a representação de variados personagens que se relacionam com a
formação cultural do povo brasileiro. O ator performer, em contato com samba e enredo cria ações
performativas para ser apresentada a céu aberto - na passarela do samba - ou em um carro alegórico,
assim como fez Thespis na Grécia Antiga para louvar Dioniso em um cortejo.
Além do registro fotográfico realizado no decorrer dos anos, o artista possui um acervo de mais de
20 figurinos completos, verdadeiras obras de arte popular, dialogando com a artesania e manufatura
manual.
O figurino é de extrema importância em diversas modalidades artísticas: na performance, na dança, no
teatro e também no Carnaval.
No Carnaval Paulistano e brasileiro, o figurino auxiliará o entendimento do enredo que estará sendo
contado pela escola de samba, durante os 65 minutos de desfile. E ainda, auxilia o ator performer, o
artista, o destaque de chão em atuação performativa e de representação artística. Basta observarmos
os elementos que compõem a vestimenta durante o ato cênico realizado a céu aberto.
Adornos, broches, penas naturais de aves, tecidos variados, passamanarias, correntes, chatons,
cristais, acrílicos, pedrarias - compõem o figurino - a tal ponto de criar ilusões diante de uma
realidade.
É a concretização de um desejo,de um sonho de interpretar um personagem e realizar uma viagem no tempo.
Roberto Santos
2017
Fazer Carnaval e produzir um figurino é o maior exercício de criatividade que pode existir.
No processo de criação, tem que transformar sucata em ouro, lixo em luxo, realidade em ilusão, sonho
em desejos. Fazer uso de materiais alternativos em trabalho artístico estimulando a sensibilidade, a
artesania manual e o fortalecimento da tradição dos destaques de chão, de carros alegóricos e demais
personagens que venham surgir na mais famosa festa popular do mundo. Esta que traduz a cultura
plural e diversificada do povo brasileiro.
A estética visual é um dos pontos mais importantes para a criação do figurino, pois haverá a clareza
e evidência do personagem através do corpo do ator performer. Esse é o maior desafio para quem
produz a vestimenta.
Referências são importantes, tais como: estudos de períodos da Arte, como por exemplo: o Barroco, o
Art Nouveau, o Art Deco, a Arte plumaria indígena brasileira, estudos de cores, composições e a
silhueta corporal, pois o figurino adquire aspectos tridimensionais e extensores corporais.
O artista Roberto Santos, após contato direto com esse fascinante universo de criação e
criatividade, passou a confeccionar seus figurinos.
Há mais de 17 anos, a cada ano, ao participar do Carnaval Paulistano, a partir das orientações dadas
pelo carnavalesco, cria a vestimenta, uma verdadeira obra de arte popular, devido ao cuidado em
traduzir com excelência o personagem a ser interpretado, a ser representado. Não há a realização de
uma copia tal como se faz nas vestimentas de alas, e sim, um trabalho totalmente exclusivo e
personalizado.
Pautado em pesquisas biográficas, pesquisas de campo e também em contato com a Moda, surgem as
vestimentas cheias de glamour, exuberância - de acordo com a necessidade do personagem.
Pois Carnaval é sonho, realidade, ilusão, luxo, brilho e identidade cultural!
Uma verdadeira Epopeia Desvairada!